À prefeita de Macau, Flávia Veras, prepara uma Reforma Administrativa que promete mexer na engrenagem da máquina pública municipal. O projeto, que será encaminhado à Câmara Municipal, tem como principal objetivo reorganizar secretarias e cargos, abrindo caminho para que o município tenha acesso a recursos estaduais e federais hoje fora do alcance da gestão.

Na prática, a mudança busca corrigir um gargalo antigo: várias áreas estratégicas estão vinculadas a uma mesma pasta, o que acaba limitando a titularidade e, consequentemente, o poder de articulação junto a outros entes da federação. Um exemplo emblemático é a Secretaria de Agricultura e Pesca, que atualmente funciona sob a sombra da Infraestrutura. Com o desmembramento, a nova pasta terá autonomia para apresentar projetos, firmar convênios e disputar recursos específicos para o setor.

“Algumas secretarias importantes estão sem titularidade própria, o que impede a prefeita de buscar recursos e melhorias de forma mais eficaz”, afirmou um auxiliar próximo da gestão.

Além da reorganização administrativa, a proposta também prevê a redução de 20% dos cargos comissionados. O corte, segundo fontes do governo, é uma medida de contenção de gastos que, ao mesmo tempo, garante a manutenção dos serviços essenciais e abre espaço no orçamento para a execução de obras.

A iniciativa de Flávia Veras sinaliza uma tentativa de dar mais fôlego à gestão em áreas vitais, como agricultura e pesca, que historicamente carecem de investimentos. Se aprovada, a reforma pode representar um passo importante para destravar recursos e melhorar a oferta de serviços públicos. No entanto, o desafio da prefeita será convencer a Câmara de que a reorganização não é apenas um rearranjo político, mas sim uma estratégia para garantir desenvolvimento real para Macau.