DESCASO Nem promessa a Santo resolve: Prefeitura de Macau trava repasse de emendas para a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição 27/11/2025 às 15:40

A partir desta sexta-feira, 28 de novembro, Macau volta seus olhos, e sua fé, para a festa da Padroeira, Nossa Senhora da Conceição. O tradicional evento, que segue até 8 de dezembro e arrasta milhares de fiéis às ruas, deveria contar com o apoio garantido das emendas impositivas já previstas no orçamento municipal. Deveria.

Na prática, porém, o repasse da Prefeitura de Macau, pouco mais de R$ 20 mil, segue parado. Silêncio absoluto. Nem sinal de que o dinheiro, aprovado, destinado e obrigatório por lei  vá chegar à Paróquia. E não é a primeira vez que a conta não fecha.

Fontes ligadas à Paróquia confirmam: até hoje, a emenda destinada à festa de Nossa Senhora dos Navegantes, realizada em agosto, também não foi paga. Em outras palavras, nem a festa passada, nem a presente, viram a cor do dinheiro.

“A festa dos Navegantes foi feita pelo povo. Carro de som? Não teve. Barcos? Nem pensar. Óleo? Só o de cozinha mesmo!”, relata, com ironia desconsolada, um fiel que participou da organização. Segundo ele, a mobilização popular substituiu, mais uma vez, a responsabilidade do poder público.

Em meio às especulações, um detalhe sempre volta à tona: a prefeita Flávia Patrícia Tavares Veras Vieira é evangélica. Mas em Macau todos sabem que a crença da gestora não costuma atravessar a porta do gabinete quando o assunto foge do protocolo. Trocando em miúdos; todos sabem que a decisão em não pagar as emendas não parte dela. Criada por familiares que celebram e valorizam a convivência entre diferentes religiosidades, Flávia participa de praticamente todos os eventos religiosos locais, sem distinção.

O problema, portanto, não parece ser teológico. É administrativo. E político.

As emendas impositivas, vale lembrar, garantem ao vereador o direito de destinar parte da Receita Corrente Líquida para ações em áreas essenciais, saúde, educação, infraestrutura e, sim, cultura e eventos religiosos que fazem parte do patrimônio imaterial da cidade. E, uma vez aprovadas e enquadradas na lei, têm que ser pagas. Sem margem para “esquecer”, adiar ou fazer de conta que não existe.

Com milhares de devotos se preparando para celebrar sua padroeira, a pergunta que ecoa, nos corredores da Paróquia, nas conversas de rua e no altar é direta:

Se nem promessa a Santo resolve, o que vai convencer a Prefeitura a cumprir a lei?

Com a palavra…

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