11 dezembro de 2015 G1: MP identifica 4 grupos suspeitos de postar ameaças racistas contra Maju

O Ministério Público de São Paulo conseguiu identificar integrantes pelo menos quatro grupos na internet suspeitos de publicarem ameaças racistas contra a jornalista Maria Julia Coutinho, a Maju. O relatório da Promotoria lista mensagens postadas na página do Facebook do Jornal Nacional contra a apresentadora, e sustentou os 25 pedidos de busca e apreensão cumpridos em oito estados nesta quinta-feira (10).

O MP acredita que a operação para apreender provas, como computadores e celulares, por crimes de racismo contra a apresentadora é “a ponta do iceberg” em relação a grupos em redes sociais que fazem ameaças contra negros. O promotor Christiano Santos diz que a “situação é ainda mais grave”. Os suspeitos foram levados até o MP de cada região, onde foram ouvidos. Entre eles está um adolescente de 16 anos, que mora no interior de Goiás.

O crime aconteceu em julho deste ano, quando a apresentadora foi alvo de ataques racistas nas redes sociais. À época, no Jornal Nacional, Maju falou sobre a importância de combater o preconceito e agradeceu os apoios que recebeu. “Eu falei isso: os preconceituosos passam e a Majuzinha passa”, afirmou. William Bonner acrescentou: “Somos todos Maju, né, Renata?”. A apresentadora Renata Vasconcellos completou: “Somos todos Maju. Hoje e sempre”.

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Relatório

O relatório elaborado pelo MP usou dados fornecidos pelo Facebook, além de cadastros de e-mails e telefones, para identificar os suspeitos dos ataques racistas no dia 3 de julho e os grupos aos quais eles faziam parte. Até o momento, 12 suspeitos foram identificados pela Promotoria.

Em alguns casos, eles eram administradores dos grupos ou mantinham mais de um perfil falso na rede social, conhecidos como “perfil fake”. Para cada um deles, o MP faz uma relação com as mensagens racistas publicadas contra a jornalista Maria Júlia Coutinho. Apenas para um usuário o MP não encontrou a relação com os grupos, segundo o documento.

Algumas páginas foram desativadas, mas o cruzamento de informações ajudou na identificação dos autores da conta. Além dos quatro grupos já identificados pelo Ministério Público de envolvimento com os ataques preconceituosos contra a apresentadora, o relatório cita outros grupos que também têm como objetivo “atacar”.

Um dos usuários identificados chegou a escrever que estava com saudades de postar ofensas, maldições e coisas negativas para os outros curtirem.

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